O que o clínico deve saber sobre a febre de Chikungunya?
Resumo
O vírus da Chikungunya (CHIKV) pertence à família Togaviridae e ao gênero Alphavírus. Em 2014, uma
linhagem originária da África e outra da Ásia alcançaram quase ao mesmo tempo o Brasil. A transmissão pode
ocorrer pela picada de fêmeas infectadas dos mosquitos do gênero Aedes, transmissão vertical e por via transfusional.
A infecção pelo CHIKV produz uma quantidade variável de manifestações clínicas, desde mais leves até severas
e incapacitantes, e clinicamente pode ser confundida com outras arboviroses, como as febres de Dengue e Zika.
O diagnóstico laboratorial depende da viremia e da resposta imunológica apresentada no momento do exame.
Apesar de sua grande relevância e impacto na qualidade de vida do paciente, sua fisiopatologia ainda é pouco
compreendida e as evidências em relação ao tratamento são incipientes. Devido ao grande impacto na saúde das
pessoas afetadas, novas formas de tratamento têm sido buscadas, com a finalidade de aliviar os sintomas e as
consequências biopsicossociais inerentes ao processo fisiopatológico do CHIKV. Não se dispõe de terapia antiviral
específica e nem de vacina preventiva. O objetivo desta revisão é analisar a febre de Chikungunya sob a ótica do
clínico, atentando para os aspectos fisiopatológicos, diagnósticos e terapêuticos, sobretudo, para o controle álgico. O
enfoque na atenção primária e nos níveis subsequentes, em casos confirmados ou suspeitos, é de suma importância
considerando o crescente número de casos e o forte impacto socioeconômico que a doença pode causar.