Pseudocisto esplênico
um relato de caso
Resumo
Introdução: cistos esplênicos são achados raros na prática médica. Eles podem ser classificados em cistos não parasitários e parasitários. Os cistos não parasitários são ainda classificados como primários e secundários. Os cistos primários são mais comuns em crianças e adultos jovens, tendo origem congênita, enquanto os pseudocistos são secundários principalmente ao trauma, infarto esplênico ou processos infecciosos. Relato de caso: paciente, 24 anos, sexo feminino, procurou atendimento médico no Hospital Naval de Salvador em março de 2019 devido à dor abdominal intensa na região do hipocôndrio esquerdo que irradiava para o ombro ipsilateral. Evidenciadas ao exame físico hepatomegalia e esplenomegalia. Tomografia computadorizada indicou presença de cisto esplênico medindo cerca de 15,5 x 14,1 x 10,6 cm. A paciente foi submetida à marsupialização do cisto, sendo revelado pseudocisto esplênico no laudo anatomopatológico. Discussão: cirurgia que preserva o parênquima esplênico deve ser a primeira escolha no tratamento de cistos não parasitários sempre que possível. Técnicas como esplenectomia parcial e marsupialização são boas opções para cistos superficiais. Esplenectomia é indicada se o baço for maior que 5 cm, cisto intraparenquimatoso, dimensão cística ocupando quase a totalidade do parênquima esplênico, localização em hilo esplênico ou presença de múltiplos cistos, constituindo uma abordagem segura. Conclusão: cistos esplênicos grandes (maiores que 5 cm) e sintomáticos devem ser tratados cirurgicamente. Diversas técnicas cirúrgicas estão disponíveis para o manejo. Deve-se tentar preservar o máximo de tecido esplênico sempre que possível devido ao alto risco de sepse pós-esplenectomia.