Perspectivas da diplomacia naval
Resumo
Este artigo tem por fim examinar a diplomacia naval e as
possibilidades de melhor implementá-la por meio de uma interação
do Ministério das Relações Exteriores com a Marinha do Brasil.
Com vistas a situar a prática da diplomacia naval na atualidade,
analisam-se as transformações por que passaram as relações
internacionais e as políticas de defesa após o fim da Guerra Fria,
com ênfase no Brasil, Estados Unidos, China, Irã, Índia e América
do Sul. No âmbito regional, são examinados organismos tais
como a Junta Interamericana de Defesa (JID) e a Zona de Paz
e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS). São descritos os
métodos da diplomacia naval e da diplomacia política. O potencial
e os condicionamentos para um maior entendimento entre essas
duas formas de diplomacia são considerados no contexto de suas
áreas de atuação e manifestações específicas. A colaboração da
Marinha do Brasil com a Namíbia e com a África do Sul, bem como
a participação do Brasil em operações de paz e as perspectivas
de atuação multilateral e regional, no âmbito da ZOPACAS,
são abordados. Com vistas a melhor entender a necessidade de
incrementar as relações entre diplomatas e militares, são levantadas
considerações sobre a atual situação dessa interação. É proposta
uma assessoria permanente que reúna profissionais de defesa e de
relações exteriores. Conclui-se que tal interação é perfeitamente
coerente com os princípios preconizados na Estratégia Nacional
de Defesa.