Aplicação do anticorpo anti WT1 no diagnóstico de lesões melanocíticas

  • Cesar Bastos Junior
  • Juan Manuel Piñeiro Maceira Marinha do Brasil
Palavras-chave: Imuno-histoquímica, Melanoma, Proteínas WT1

Resumo

Diversos estudos procuram definir marcadores, para diferenciar lesões melanocíticas benignas e malignas. Em 2006, surgem os primeiros estudos sobre o papel do anti WT1, com resultados contraditórios. OBJETIVOS: Descrever padrões de marcação pelo anti WT1, relativos a tamanho, idade, sexo, percentuais de marcação, distribuição e intensidade; verificar a acurácia destas variáveis e o aumento na chance de diagnóstico de melanoma. MATERIAL E MÉTODOS: Foram analisadas 249 biópsias cutâneas de lesões melanocíticas, em pacientes de ambos os sexos, além dos dados clínicos, morfológicos e de imuno-histoquímica para anti WT1. RESULTADOS/DISCUSSÃO: A maior parte dos melanomas (69,1%) foi encontrada no sexo masculino; 71% das lesões com mais de 75% de células marcadas eram melanomas (p<0,001). A distribuição e intensidade, dérmica e juncional, mostraram pouca diferença no padrão de marcação, principalmente na derme; intervalos de confiança (IC) muito amplos confirmaram a baixa precisão destas variáveis. Apenas percentual acima de 75%, idade e sexo, mostraram maior chance diagnóstica (OddsRatio - OR:3,25; OR:1;07 e OR:2,41; p=0,003). A sensibilidade e especificidade para percentual acima de 75% foram 57% (48% – 65%) e 78,1% (70% – 84%) – IC: 95%, respectivamente. A maior parte dos nevos mostrou marcação dérmica (focal ou difusa, forte ou fraca). Os melanomas mostraram maior positividade juncional, semelhante a estudos prévios. CONCLUSÃO: Os resultados revelaram acurácia intermediária com a utilização do anti WT1, inferior ao observado com anticorpos tradicionais; acredita-se que a inserção do anti WT1 em um painel conjunto, possa contribuir na decisão diagnóstica.

Publicado
2020-05-15
Como Citar
Bastos Junior, C., & Maceira, J. M. P. (2020). Aplicação do anticorpo anti WT1 no diagnóstico de lesões melanocíticas. Arquivos Brasileiros De Medicina Naval, 78(1), 28-37. Recuperado de http://717969.vipkidinterhk.tech/index.php/abmn/article/view/288