Revisitando a adesão ao TNP
a questão nuclear entre Brasil e Argentina nos anos 1990
Resumen
O conflito entre Brasil e Argentina ao longo da Guerra Fria criou, no contexto sul-americano, uma corrida nuclear. Enquanto as Grandes Potências globais tentavam congelar internacionalmente o poder e impedir o avanço de desenvolvimento bélico em países menores, Argentina e Brasil competiam pela liderança regional e enxergavam, na dominância do setor atômico, a chave para essa conquista. Assim, ambos os países negaram o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, questionando suas proposições ambíguas e pouco claras. Esse trabalho pretende analisar o porquê de, na década de 1990, Argentina e Brasil romperem com o longo caminho de negação e resistência perante a aceitação e a assinatura do Tratado. Por meio da análise de fontes primárias – discursos, tratados e notas de governo – e da consolidada bibliografia existente sobre o tema, analisaremos a mudança da percepção da Política Externa dos dois países no Sistema Mundial frente à implementação do neoliberalismo na América do Sul e de como essa implementação foi importante para que os dois países viessem a assinar o TNP. Finalmente, o trabalho busca entender os motivos que levaram a Argentina e o Brasil a aderirem ao TNP e a importância que os Estados Unidos e o Neoliberalismo tiveram em tal processo.