Fuzileiros Navais utilizam ferramentas que conduziram atletas militares ao pódio nos 5ºJMM/2011
Abstract
Após o término da quinta edição dos Jogos Mundiais Militares e a conquista da primeira colocação no quadro geral de medalhas pelo Brasil, surge o questionamento se é possível utilizar as ferramentas de avaliação física dos atletas militares para apoiar o adestramento operativo do Corpo de Fuzileiros Navais. Essa dúvida é revestida de uma grande importância doutrinária, pois relatos de guerra evidenciam que os indivíduos aptos fisicamente são mais resistentes a doenças e recuperam-se mais rapidamente de lesões do que pessoas não aptas fisicamente. Considerando dados do planejamento regulamentado pelos manuais CGCFN-1003 e CGCFN-1004, foi iniciado um estudo utilizando recursos de análise fisiológica de ergoespirometria em conjunto com um software de avaliação cardiorrespiratória. Tal estudo visa verificar a demanda metabólica medida a partir da mensuração do consumo de oxigênio (VO2), simulando o deslocamento de tropas de FN ao realizarem deslocamentos operativos a pé, conduzindo, além da sua própria massa corporal (“vulgo peso”), seu equipamento individual básico de combate (EIBC) e sua carga prescrita individual (CPI), chegando a pesar mais de 21 quilogramas. Evidencia que há um impacto maior sobre o consumo de oxigênio na condição operativa (EIBC e CPI), quando comparado à condição sem equipagem (TFM). A demanda metabólica (MET) operativa é 43% maior do que sem a equipagem. Quanto ao gasto calórico, ele é 38% maior na condição equipado, ou seja, o EIBC e o CPI impõem uma sobrecarga significativa ao esforço dos militares. Conclui que dados desta pesquisa são elucidativos quanto à demanda de condicionamento físico em condições operativas específicas, podendo apoiar o adestramento da Força de Fuzileiros da Esquadra e o acompanhamento das variáveis estudadas em diferentes condições de combate, inclusive na preparação de militares da Marinha do Brasil em representações sob a égide da ONU.