Ameaças assimétricas no Atlântico Sul
desafios para as forças armadas e para a base industrial de defesa brasileira
Résumé
Este artigo analisa os impactos de conflitos irregulares
conduzidos por ameaças difusas no Atlântico Sul, tanto para
as Forças Armadas Brasileiras quanto para o desenvolvimento
da capacidade produtiva e tecnológica da Base Industrial de
Defesa (BID). O referencial teórico utilizado é a abordagem
política da guerra de Clausewitz e a abordagem econômica
que relaciona indústria de defesa e política industrial à luz
da teoria evolucionária neoschumpeteriana. Com base em
pesquisa bibliográfica e análise descritiva, algumas questões
serão investigadas: (1) Como estas ameaças se relacionam
com a “grande estratégia” brasileira?; (2) Como a defesa
nacional está preparada para enfrentar essas ameaças e
quais as vulnerabilidades brasileiras frente a elas?; (3) Como
os programas estratégicos das Forças se apresentam como
importantes elos para a defesa nacional enfrenta-las?; e (4)
Que medidas de políticas públicas poderiam ser elaboradas
para incrementar a BID brasileira? Algumas conclusões
observadas: importar essas ameaças é aceitar a falha da
estruturação do tripé da “grande estratégia”; a correta
condução desses programas estratégicos, bem como, o
alinhamento de políticas para o combate às ameaças difusas
no Atlântico Sul, impactam decisivamente o desenvolvimento
nacional; e a forte relação de dependência entre as empresas da
BID e o cliente militar para o desenvolvimento de inovações.